sábado, 26 de julho de 2008

Sonho


Como em todas as noites, fui até à janela e olhei o céu. Estava uma daquelas noites estreladas e tranquilas. Senti o vento a bater no meu rosto e fechei os olhos. Parecia uma noite igual a tantas as outras. Permanecia o silêncio.
Voltei a abrir os olhos e reparei num ponto mais brilhante do que todos os outros. Podia ser uma miragem, ou um simples ser, mas quando olhei tive a certeza que eras tu.
Nessa noite deixei a janela entreaberta e adormeci. A noite continuou silenciosamente doce.
Finalmente aproximaste-te. Entraste sorrateiramente pela janela, pé ante pé, para eu não acordar. Senti a melodia da tua respiração, aquela música perfeita que me embala em sonhos. Tocaste delicadamente o meu corpo imóvel, inconsciente. Iluminaste o meu rosto com o teu brilho e beijaste-me a alma adormecida e calma.
Saiste pela janela. Voaste através da noite, à procura de algo ou de alguém.

Abri os olhos, muito lentamente e sorri. Mais uma vez entreguei-me ao prazer de sonhar contigo.
Invoquei o teu nome, invadiste-me o pensamento e voltei a adormecer.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Porquê?


Sigo por essa estrada de olhos vendados, à procura de algo que não sei bem o que é. À medida que vou caminhando, vou ouvindo o estalar das folhas secas caídas das árvores, que emanam um perfume a flores primaveris. Sento-me na beira da estrada, toco nos flocos de neve que caíram naquela manhã e sinto o calor escaldante da areia dos dias de Verão.
Confusa, é como eu me sinto. Há coisas que ainda não consigo entender, mas tenho quase a certeza que um dia vou perceber .

O Mundo não é confuso. As pessoas é que são confusas.

sábado, 19 de julho de 2008

Pegadas na Areia


Já passei por muitas coisas na vida. Todos os dias vou deixando as minhas pegadas na areia. Algumas ficam bem gravadas, outras apagam-se com o bater das ondas. Por vezes a linha deixada pelas minhas pegadas cruza-se com outras. Vou aprendendo com as feridas nos pés, deixadas pelas conchas.
Uma vez ou outra, sinto-me sem vontade para continuar o meu caminho e então olho em meu redor para descobrir onde quero ir. É difícil trilhar o meu destino sozinha. Mas descubro sempre algo novo. Basta ter os olhos bem abertos. E volto à minha lenta caminhada. A música calma do oceano dá-me a energia necessária para continuar...
Hoje descobri que nasci para caminhar na areia.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sentido


Dizem que tudo na vida tem um sentido e sem ele não haveria motivos para continuar a viver. A vida proporciona sorrisos e lágrimas, magoa-nos e ignora-nos, mas dá-nos coragem para sonhar e alcançar tudo aquilo que julgávamos perdido. A vida põe-nos à prova num mundo de preconceitos.
De uma coisa eu tenho a certeza. Todos os dias sigo o meu caminho e deixo as minhas pegadas. Às vezes surgem obstáculos. Outras vezes tenho de seguir as pegadas de outros que por ali passaram antes. De repente o caminho conduz-me a um uma cruzilhada e aí tenho de escolher uma saída. Mas qual? Tenho medo de ir ter a um beco sem saída e de não poder voltar atrás.
A verdade é que a vida continua a passar. Vejo apenas o horizonte. Mas o que estará para além do horizonte? É uma dúvida que me tem assaltado a mente nos últimos dias.

Tenho sonhos. O curioso é que ainda continuo sem saber qual o sentido da minha vida e, mais curioso ainda, é que, quando não tinha de cumprir regras, a vida tinha muito mais sentido.
Qual é afinal o sentido da vida?

[Sinto um misto de nervosismo e ansiedade. Tenho exame de Física e Química A daqui a umas horas... :S]

quinta-feira, 10 de julho de 2008

'


Sento-me na areia. Vejo o mar azul e o céu com tons de um rosa alaranjado, separados pela linha do horizonte. Sinto a brisa que traz a maresia e alguns grãos de areia. Toco nas conchas e nas pedras redondas ali deixadas pelo mar. Sinto a água gélida a molhar os meus pés, calma e ritmadamente. Ouço as gargalhadas de duas crianças a fazer um castelo de areia mesmo ali à beira. Olho para as nuvens e vejo um papagaio colorido quase a tocá-las. Escuto o bater das ondas. Os meus pensamentos voam como as gaivotas que por ali passam.
E é aqui neste lugar tranquilo que te encontro. Mesmo que não seja física, sinto ali a tua presença.
Acompanhas-me noite e dia, para onde quer que vá.

A tua força é bem maior que a das ondas do mar e o teu sorriso bem mais belo que o Sol. Entraste nas nossas vidas há tão pouco tempo e já se criaram laços bem poderosos. Conquistaste um lugar nos nossos corações.

Contigo aprendi que a Perfeição existe.
Obrigada por tudo.

As melhoras, Amiga.
Um beijo gigante.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Estrela Brilhante

Quando olho para o céu e vejo os milhares de milhões de estrelas pintadas naquele manto de veludo negro, penso que está lá alguém a olhar para mim, a dar-me forças e a proteger-me. Sussurro-te que um dia encontrar-te-ei. Vejo o teu sorriso naquela estrela junto à lua e aí o Universo parece-me insignificante. Talvez um dia possa voar pela noite, visitar-te e viver junto de ti.

domingo, 6 de julho de 2008

C'


Porque há dias em que a vontade de acordar não é nenhuma e hoje é um dia desses.
Vais ficar bem.
Beijinho.

Labirinto


Passeando sob a sombra de àrvores, cujos picos tocavam as nuvens, e colhendo flores de todas as cores, encontrei-te. Estavas perdida no meio daquele nevoeiro cerrado. Lembro-me da tua expressão assustada e vazia, quando me viste. Uma vez disseste-me que acreditavas na liberdade todos os dias. Era esta liberdade que tanto procuravas? A liberdade é poder-se fazer tudo por si, e tu não és livre!
Agora sinto-te desorientada e presa nesse labirinto em que entraste e do qual não consegues sair. Já procurei a saída mas foi em vão. Eu sei que a saída está lá, mas ainda não a encontrei. Estou exausta. Por favor, não me faças entrar aí dentro, senão seremos duas almas perdidas no espaço e no tempo.
Olha para trás. Vês aquela luz muito pequenina? Eu sei que não consegues ver. A tua visão está toldada pelas lágrimas que tendem a cair incessantemente, mas a luz existe. Aproxima-te mais um pouco e repara no seu brilho. Ela pode guiar-te. Basta quereres. Só tens de seguir o teu caminho. A tua bússola é o teu coração. Orienta a tua vida! FORÇA.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Amizade

Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas (...), das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim… do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe…nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices… Aí, os dias vão passar, meses…anos… até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo…. Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:
- “Quem são aquelas pessoas?”
Diremos…que eram nossos amigos e… isso vai doer tanto!

“Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!”

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente.
Quando o nosso grupo estiver incompleto…
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo.
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades…. Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Fernando Pessoa


Estas palavras tocaram-me e inundaram o meu rosto com lágrimas. Quero-vos na minha vida para sempre, AMIGOS.