A intemporalidade faz-nos perder por aí. Pelo jardim a coleccionar aromas, pela praia e levar a brisa no bolso. Às vezes, ainda nos perdemos por essas janelas que se avistam daqui. As janelas desses bairros, perdidos nas grandes cidades, escondidas pelo fumo da pressa e da riqueza. A tristeza é um estado de alma que apodrece o sorriso e então, no meio de todo esse fumo já não existem janelas, ou bairros, ou tolerância para nos perdermos. Quando há tristeza, só há escuridão, uma escuridão significativamente forte para ter a capacidade de apodrecer os sentidos. Mas…nem tudo é mau. No meio de tantos sentimentos negros, apareceu, no meio daquele fumo um raio de sol…uma luz que, aos poucos, me foi dando a visão. Uma luz que neste momento, é dos poucos candeeiros daquele bairro, do meu bairro chamado “Tristeza”. A ti, minha luz, meu raio de sol, agradeço intensamente por teres iluminado um pouco a minha rua. Agradeço por te teres acendido num momento bem próprio, e te ires reafirmando cada vez mais no candeeiro da minha rua. Aos poucos, e com o teu carinho, vais conseguindo dar mote para o renascimento dos meus sentidos enterrados nesta terra debaixo do bairro da tristeza.
A menina do,http://without-feelings.blogspot.com